O Canhão ou Cana da Nazaré é conhecido como o maior da Europa e um dos maiores do Mundo (com a cabeceira situada a curta distância da linha de costa, o Canhão da Nazaré estende-se ao longo de mais de 200 km na direcção do oceano profundo) e só recentemente começou a ser estudado de forma multidisciplinar, pelo projeto Hermes (programa que reúne equipas de diversos organismos de investigação cientifica de toda a Europa), financiado pela UE. O projeto prevê o levantamento minucioso do fundo do mar, com identificação de correntes, sedimentos e biodiversidade para tentar ajudar a perceber um dos mistérios do mar português.
O vale submarino começa a definir-se a cerca de 500 metros da costa, ao largo da Praia da Nazaré, próximo do promontório do Sítio, recortando a plataforma continental com uma direcção de EW. Prolonga-se por mais de 170km de comprimento e atinge uma profundidade superior a 5000 metros na planície abissal onde desemboca. Mas a sua origem é uma incógnita, porque, normalmente, estas estruturas estão associadas a grandes rios, servindo de vazadouros dos seus sedimentos, o que não acontece, de forma imediata e aparente, no caso da Nazaré. Há estudos que indicam a existência, noutras eras geológicas, de um rio aqui, possivelmente o Mondego que, por movimentos tetónicos, poderá ter sido desviado para norte.
Este autêntico «desfiladeiro» submarino influencia, de uma forma significativa, a plataforma continental e a região costeira, bem como, as espécies e os ecossistemas específicos do próprio canhão e o transporte de sedimentos das zonas costeiras para o largo. O canhão funciona como um gigantesco aspirador de areia, que engole o areal da costa portuguesa, principalmente os sedimentos provenientes da costa a norte da Nazaré. Tal facto explica o défice de sedimentos a sul do canhão e o elevado areal das praias a norte deste fenómeno geológico.
O Canhão da Nazaré é palco de processos dinâmicos e sedimentares extremamente energéticos e ainda pouco conhecidos, e pode constituir um local de refúgio que potencie o estabelecimento de ecossistemas marinhos profundos específicos, que importa conhecer.
O vale submarino começa a definir-se a cerca de 500 metros da costa, ao largo da Praia da Nazaré, próximo do promontório do Sítio, recortando a plataforma continental com uma direcção de EW. Prolonga-se por mais de 170km de comprimento e atinge uma profundidade superior a 5000 metros na planície abissal onde desemboca. Mas a sua origem é uma incógnita, porque, normalmente, estas estruturas estão associadas a grandes rios, servindo de vazadouros dos seus sedimentos, o que não acontece, de forma imediata e aparente, no caso da Nazaré. Há estudos que indicam a existência, noutras eras geológicas, de um rio aqui, possivelmente o Mondego que, por movimentos tetónicos, poderá ter sido desviado para norte.
Este autêntico «desfiladeiro» submarino influencia, de uma forma significativa, a plataforma continental e a região costeira, bem como, as espécies e os ecossistemas específicos do próprio canhão e o transporte de sedimentos das zonas costeiras para o largo. O canhão funciona como um gigantesco aspirador de areia, que engole o areal da costa portuguesa, principalmente os sedimentos provenientes da costa a norte da Nazaré. Tal facto explica o défice de sedimentos a sul do canhão e o elevado areal das praias a norte deste fenómeno geológico.
O Canhão da Nazaré é palco de processos dinâmicos e sedimentares extremamente energéticos e ainda pouco conhecidos, e pode constituir um local de refúgio que potencie o estabelecimento de ecossistemas marinhos profundos específicos, que importa conhecer.